quinta-feira, abril 21, 2005

Pires de Lima em Grande entrevista

No acompanhamento das Grandes Entrevistas, de Judite Sousa, na RTP 1, foi entrevistado desta vez o vice-presidente do CDS-PP, Dr. Pires de Lima. No mesmo cenário que serve de fundo a todas as entrevistas ali se apresentou vestindo a camisa e usando a gravata azul que tão bem caracteriza os membros do partido.
Estando a dois dias do congresso do CDS era impossível não ser questionado quanto à falta de candidatos a líder. Ao que o dirigente democrata cristão respondeu, com uma serenidade e uma calma exemplificativa de quem conhece bem o partido em causa. O CDS não é um partido órfão com a saída do Dr. Paulo Portas, é antes um partido que teve de suportar dois lutos, provenientes da noite de 20 de Fevereiro, ao contrário de outros partidos que já iam fazendo exéquias aos seus dirigentes antes de conhecerem os resultados eleitorais. Pires de Lima assume nesta senda como lutos: o fim de um projecto, que devolveu o CDS ao Governo; e a saída de um líder carismático que o conseguiu fazer. Por esse facto e por sempre, desde a sua génese, ter sido um partido bastante moldado ao seu presidente, os membros do CDS não assumem as candidaturas sem reflexão e sem ponderação, até porque não há dentro do partido uma oposição as opções do anterior presidente. Contudo, já existem no partido duas candidaturas de peso, o que demonstra bem a existência de quadros e de pessoas capazes para conduzir o CDS.
No tocante aos actos eleitorais mais próximos Pires de Lima defende as suas ideias na continuação do trabalho já preconizado por Paulo Portas. No entanto na questão mais delicada, as presidências com a candidatura do Prof. Aníbal Cavaco Silva, assume se um defensor dessa candidatura por razões de interesse nacional que se devem sobrepor a picardias do passado e a uma relação menos fácil do Professor com o CDS.
Penso que Pires de Lima mostrou nesta entrevista a imagem de um vice-presidente que quer abrandar o ritmo politico da sua vida, mas que o faz sem virar as costas ao partido mostrando se disponível para trabalhar no necessário. Ainda a aproveita para esclarecer a sua opinião pessoal quanto à legalização do aborto, já que tinha sido questionada devido a um artigo que escreveu em que se a assume favorável a despenalização do mesmo. Assim se assume como um democrata cristão convicto em valores como a vida, vendo o futuro do partido com bons olhos, e entregando a sua direcção preferencialmente a Telmo Correia.