segunda-feira, agosto 16, 2004

estranha forma de vida II

Nestas ferias, fui confrontado, em terras algarvias, com uma informação sobre a nossa cidade que confesso desconhecia completamente. Trata se tão-somente da troca de destinos dos comboios provenientes de terras algarvias a favor do Pinhal Novo por contraposição ao anterior destino: Barreiro.
Automaticamente ao tomar conta deste facto consumado para o Barreiro veio me mais uma vez à cabeça a memoria de Amália Rodrigues e a sua “estranha forma de vida”. Que estranho é este Barreiro que lutou durante tantos anos por uma passagem desnivelada na Verderena e nunca a consegui por em pratica ou por falta de verbas ou mesmo por falta de trabalho politico dos responsáveis camarários e no momento em que o seu tráfego ferroviário vai ser nitidamente reduzido, para não dizer praticamente extinto, da se então inicio a grande bandeira do mandato do actual presidente: a dita passagem desnivelada da Verderena.
Queria neste caso deixar, permitindo me a arrogância, um conselho ao actual presidente da CMB; apenas o Sr. Presidente tem a possibilidade de neste momento ordenar o final das obras que começaram com o fim de construir a “desejada” passagem de nível. Seria neste momento a atitude mais necessária e mais prudente por parte da CMB, isto porque a obra publica não se justifica por si só mas tem como necessários pressupostos a utilidade e a necessidade para a população que o Sr. Presidente representa. São esses pressupostos que existiam ao tempo, mas que já não existem no presente. Permita me em tom final quanto a este caso Sr. presidente que o aconselhe a embargar a obra que começou para uma poupança de fundos municipais e incómodos a população. Não queira manchar o seu mandato com uma mancha causada por esta obra que será semelhante ao túnel do Barreiro que é desnivelado e onde passam 7 ou 8 comboios por dia.
Contudo estas minhas férias reservavam me ainda outra surpresa a nível da nossa cidade. Em mais uma confissão tenho de assumir que o mês de Agosto é o mês de ferias por excelência e como tal é passado fora da cidade, ou seja, nunca tinha estado presente na festa da cidade, nem tão pouco sabia que esta existia. Este ano por circunstâncias de vida tive de passar uma semana do referido mês na nossa cidade e coincidência das coincidências, na semana da festa da cidade.
Fui visita-la com imensa curiosidade dado não saber do que se tratava e qual não e o meu espanto quando reparo que esta festa mais não tem do que carroceis, uns stands da actividade municipal que nada informam e onde os supostos informadores tão com uma cara de fartos de tal festa e para culminar uns concertos onde valha nos qualquer coisa ainda vem umas bandas constantes do top português. Ainda assim não me deixei ficar pela superficialidade do que via e procurei perceber o porque da razão de a festa da nossa cidade acontecer no mês de Agosto e sinceramente ainda hoje não percebo. Apenas vejo uma possível justificação para esta data, e a justificação e a de fazer uma festa por analogia a todas as cidades aldeias e vilas que durante estes mês tem as suas romarias as suas procissões...as suas verdadeiras festas. No entanto Sr. Presidente devo recorda-lo que em todas essas festas de aldeias, vilas e cidades há sempre uma razão de ser dado que são festas em devoção a um qualquer santo, tem sempre um cariz religioso e onde esta o cariz religioso das festas numa cidade onde a maior parte da população não professa qualquer religião?
Para terminar gostava de quanto ao primeiro caso, como já referi, aconselha-lo a embargar a obra iniciada recentemente, quanto ao segundo caso Sr. Presidente aconselhava-o a trocar a data das festas para a semana que inclui se o dia da passagem do Barreiro de vila a cidade pois para alem de ter certamente muito mais afluência, teria também muito mais sentido e coerência.