quinta-feira, julho 29, 2004

que estranha forma de vida

A vida política barreirense faz me pensar numa das célebres musicas, da não menos célebre, diva do fado português, a nossa Amália Rodrigues. Não que seja grande apreciador de fado, mas pelo próprio titulo da referida canção “ Que estranha forma de vida”.
            Assim o penso e mais o sinto ao deparar-me perante a actualidade, de uma cidade, onde: ou não se sabe fazer politica e antes se fazem “cozinhados com belos tachos”? Ou onde a democracia virou uma oligarquia, dado que se olha para ela como uma lotaria que enche os bolsos aos titulares dos cargos políticos? Concretizando podemos pensar que depois de termos sido dados como uma cidade “de sonho e futuro” somos agora uma cidade que “marca no desporto”. Senhores políticos locais é contudo pena que nem o sonho do futuro nem a marca do desporto tenha conseguido trazer para esta cidade uma piscina em condições. É lamentável senhores autarcas que vilas com muito menos habitantes que o Barreiro, que é um conselho, tenham piscinas olímpicas quando nos nos contenta mos com um humilde “tanque”. É lamentável meus senhores que encarem a politica como um meio de se servirem e não uma forma de servir os outros.
            É estranha esta forma de vida politica e mais estranha se torna numa análise cuidada ao mercado de transferências. Em futebol costumam ser os clubes a procurar os melhores craques para que estes joguem com a sua bandeira ao peito. Por vezes surgem até os casos onde dois clubes disputam o mesmo jogador pois o seu rendimento é formidável. Na política barreirense vemos um mercado de transferências invertido onde são os jogadores (autarcas locais) que procuram à força fazer parte da equipa vencedora das últimas eleições. Se no futebol os clubes se degladiam pelo rendimento do jogador, aqui não há rendimentos dos jogadores, há antes quem necessite de ter um tacho para que não se queime no lume que o aquece.
            É estranha a forma de vida politica e mais estranha se torna numa análise a acção politica. Será que alguém contrataria um padeiro que não produza pão? Um semeador que não semeasse? Um construtor que não construísse? A resposta a todas estas questões seria linearmente que não. Pois caro leitor assim ficaria eu feliz se na nossa cidade também pensássemos assim, mas não pensamos. É nos cargos fundamentais para o bem-estar desta cidade que temos esses mesmos padeiros, semeadores e construtores que não produzem não semeiam nem constroem e lamentavelmente em democracia quem escolhe estes ineficientes titulares é a maioria.            Apetece me cantar como a Amália o faria “que estranha forma de vida” mas como não me entrego a melancolia, típica portuguesa, antes prefiro acreditar que a solução está, presente na nossa cidade, apenas ainda não apostamos nela. E que essa solução tem homens de trabalho sem ter ideologias utópicas, slogans enganosos nem siglas politicas que dão azo a ineficácia. Quase arriscaria a dizer ao leitor em tom de anúncio “ experimente vai ver que não custa nada