sábado, outubro 29, 2005

Factos Relevantes

Muita coisa se têm passado quer a nível nacional, quer a nível local. Umas com maior importância que outras como sempre, e umas a que se quer claramente dar uma importância que para já neste momento não tem e são discussões para o ano de 2006: tais como o referendo sobre a legalização do aborto ou as presidenciais.
Deixe mos o acessório de lado e passemos aos factos políticos que realmente tem relevância e interesse, na vertente nacional ou local. A nível local ocorreu na quinta-feira dia 27 de Outubro a tomada de posse dos novos autarcas barreirenses, eleitos no dia 9 de Outubro. Neste ponto gostava de frisar que é necessário realizar uma análise fria e apartidária dos resultados eleitorais e das opções politicas daí supervenientes. Assim é necessário afirmar que o grande vencedor destas eleições autárquicas no Barreiro é claramente o PSD, na pessoa do seu líder Bruno Vitorino. Não obstante não ter conseguido realizar o seu objectivo imediato que era, como assumido pelo próprio duplicar os resultados eleitorais, o PSD consegue ter voz em todas as juntas de freguesia barreirenses, com a eleição de pelo menos um membro em cada assembleia, bem como não perde voz a nível da Assembleia Municipal (onde mantêm os seus 3 deputados) nem da própria Câmara Municipal (onde mantêm o seu vereador). Isto é o mesmo que dizer que o PSD não perde força no nosso Conselho, mas alem de não perder objectivamente entra em consideração claramente um elemento subjectivo nestas eleições que é o facto de após os resultados o PSD se assumir claramente como a segunda força politica do Concelho, ou seja Bruno Vitorino, inteligente fez a sua campanha de modo a “encostar” o PS, arriscando me mesmos a afirmar que foi o PSD que deu a vitória na CMB à CDU. Com esta vitória, à partida indiferente ao PSD, Bruno Vitorino consegue que o PS muito dificilmente possa vir a ser considerado solução governativa camarária no Barreiro nas eleições autárquicas mais próximas, sobrando assim para o PSD o segundo lugar das forças politicas barreirenses, bem como consegue claramente desgastar a imagem politica de todo o PS na nossa cidade.
A nível nacional muito mais factos se acumulam diariamente, mas há um de importância extrema para todos os portugueses, que curiosamente tem sido dos menos abordados na comunicação social, não se sabendo bem porque. Pois caro leitor, foi apresentado recentemente a proposta de Orçamento de Estado para 2006, ou seja a previsão de tudo quando o Estado prevê gastar e tudo o que ele prevê gastar, bem como as medidas para controlar os pratos desta balança de despesas e receitas. Há nesta proposta dois pontos que gostava de ressalvar e de fazer constar, não sendo muito minucioso na análise de todo o documento.
Em primeiro lugar este documento vêm afirmar que, como meio de reduzir as despesas no âmbito da saúde, os hospitais S.A são a melhor solução, uma vez que levam a uma directa responsabilidade do gestor, evitando assim que a má gestão publica possa morrer solteira, porque no fundo não pertence a ninguém e pertence a todos. Contudo há uma questão interessantíssima que é analisar os discursos da AR e as actas dos plenários para verificar quantos discursos da bancada parlamentar do PS se dirigiram, aquando da implementação desta medida, a contestar os de hospitais S.A, no governo do PSD-CDS. Faz tão bem e dá tanta sabedoria e inteligência uma experiência governativa.
Num segundo ponto deste documento gostava de referir uma das medidas propostas para aumentar a receita estadual, que passa por um imposto sobre os produtos petrolíferos. Quanto a mim é possivelmente a medida mais errada que se pode tomar num pais, que enfrenta a nossa actual situação económica. Isto porque um pais que necessita de equilibrar a balança comercial, a nível de exportações e importações e que associado a essa falta de competitividade tem uma taxa de desemprego enorme, não pode deixar de ver as actividades industriais e agrícolas como a maior fonte de produção de riqueza do pais. Ora não se pode desligar a actividade industrial ou agrícola do consumo de produtos
petrolíferos e não se pode olvidar que um aumento destes mesmos produtos é um importante auxilio à dificuldade de obtenção de lucro das unidades fabris ou de exploração agrícola, o que inevitavelmente levará ao fecho de inúmeras destas unidades, por impossibilidade de suportar estes valores, ou num caso extremo levará à estagnação do comercio interno português, tornando as exportações essenciais à sobrevivência da sociedade portuguesa. Utilizando uma fábula de La Fontaine diria mesmo que com estas medidas coitado do português que mesmo que queira ser produtivo como a formiguinha, não tem chances de o ser, acabando sempre por ter de ocupar o papel da cigarra, ficando sempre refém dos empréstimos, cedências ou vendas da verdadeira formiga.

Tiago Cabanas

1 Comments:

Blogger Pifaro said...

óscares da politica barreirense, só nas Taças do Pifaro em:

http://www.blogspot.com

5:43 da tarde

 

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